No ano passado, assisti um programa no canal Arte 1, "O Tempo e a Música: depois do fim da canção" com apresentação do músico José Miguel Wisnik e do violonista e diretor artístico da Osesp Arthur Nestrovski.
Foi aí que conheci melhor Arthur Nestrovski, pude vê-lo e ouvi-lo tocando. Eu já tinha lido seu livro "Outras Notas Musicais" e também tinha comprado o livro "Barulho, Barulhinho, Barulhão" para usar nas minhas aulas de música, mas confesso que naquele dia eu senti um pouco de inveja dele e de todo o conhecimento que ele demonstrou, da sua arte e do seu trabalho. Me lembro que ele comentou sobre como conseguia manter uma disciplina diária para estudar violão, mesmo com tantos afazeres, viagens e atividades diversas. E pensava comigo: preciso me inspirar um pouco nele e fazer mais, eu posso fazer mais, posso estudar mais.... A partir daquele dia eu voltei a tocar meu piano e a estudar algumas peças novas.
Arthur Nestrovski nasceu em Porto Alegre, em 1959, doutor em Literatura e Música pela Universidade de Iowa (EUA), é um compositor, violonista, crítico literário e musical, escritor e editor. Desde 2010 é diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sendo nomeado, em 2012, diretor artístico do Festival de Campos do Jordão.
Autor de vários livros, incluindo literatura infantil, mantém atividade musical como violonista e compositor. Gravou os CDs solo "Jobim Violão" e "Chico Violão", DVDs, em 2016 o CD "Pós Você e Eu" com sua filha Lívia Nestrovski e em 2020 "Sarabanda" . Também faz apresentações no Brasil e no exterior com artistas como Zé Miguel Wisnik, Zélia Duncan, Adriana Calcanhoto e Paula Morelenbaum.
Entre seus livros voltados para o público infantil estão "Bichos que Existem e Bichos que não Existem" que recebeu o Prêmio Jabuti de Livro do Ano de Ficção, em 2003. Tem "Histórias de Avô e Avó", "O Livro da Música", "Cores das Cores", "Pelo Nariz", entre outros. E tem "Barulho, Barulhinho, Barulhão" que eu adoro!
Com ilustrações do artista Marcelo Cipis, que faz com que as imagens traduzam visualmente os sons evocados no texto, este livro é muito legal para despertar a curiosidade das crianças para a quantidade de sons que nos rodeiam.
Semana passada, em uma aula de música para um grupo de crianças do 2º ano do EF1, pedi que elas dessem uma volta por suas casas (era uma aula online) e registrassem os sons que ouvissem durante o percurso. Uma delas voltou e disse: "eu não ouvi nada, só meus pais conversando". "Mas a conversa já é um som que você ouviu" - retruquei. Percebi que as respostas foram poucas, limitadas a sons como conversa, TV, passarinho e cachorro.
Neste livro a criança vai ter oportunidade de reconhecer sons tão comuns, que não dá atenção: o barulhinho do mosquito, da latinha de refrigerante ao ser aberta, os sons que vem de seu corpo, os sons da cidade, do trânsito, da natureza... São barulhinhos, barulhos ou barulhões?
E no silêncio tem som? "O silêncio também faz barulho".
E que tal, para enriquecer a atividade de leitura do livro, terminar a aula com a música "Barulhinho, Barulhão" do Tiquequê?
Até mais!
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ResponderExcluirNível cultural altíssimo. Kidstok