Objetivo Principal

O objetivo deste blog é construir e compartilhar experiências em Educação Musical para crianças. A ideia principal é estabelecer um repertório de músicas escritas especialmente para crianças, seus autores e os meios materiais de sua origem.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

FURUNFUNFUM NO CARNAVAL



O grupo do Circo Teatro Musical Furunfunfum tem como integrantes: Paula Zurawski e Marcelo Zurawski. Através da música, canto, manipulação de bonecos e dança, o grupo apresenta-se em teatros, escolas, feiras ou praças, com um trabalho dirigido para todos os públicos. 
São diversos os espetáculos realizados, muitos deles premiados como Rapunzel, A Terra dos Meninos Pelados, O Macaco Simão e Outra Histórias e Outras Canções
O CD Furunfunfum no Carnaval, lançado em 2006, nasceu do espetáculo de mesmo nome com marchinhas carnavalescas. Músicas de Noel Rosa, João de Barro e Lamartine Babo, são interpretadas de maneira alegre e descontraída. O grupo Sopro Brasileiro, liderado por Roberto Gastaldi participou do espetáculo e da gravação do CD. 
O Sopro Brasileiro é um grupo instrumental composto por trompetistas, trombonistas, um tubista e dois percussionistas que aposta na qualidade musical e tem como repertório clássicos, sambas, maxixes, sucessos da MPB, frevos e chorinhos.
Nesta época do ano, o CD Furunfunfum no Carnaval nos faz reviver as marchinhas que nos emocionam e nos ligam à infância. Os arranjos são excelentes, divertidos! Na faixa "A Jardineira" ouvimos momentos de poesia, com as quadrinhas falando das flores, tão simples e tão bonito.

Visite os sites:

- http://www.furunfunfum.com.br/frameset.htm
- http://www.soprobrasileiro.com.br/home.htm


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

TECA ALENCAR DE BRITO

Teca Alencar de Brito é mestre e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Estudou Educação Artística e piano, dedicando-se à educação musical desde 1974. Dirige as atividades da TECA - Oficina de Música em São Paulo, escola voltada à formação musical de crianças, adolescentes e adultos. 
Produziu vários CDs que documentam seu trabalho como "Canto do povo daqui" e "Cantos de vários cantos", publicou livros como: "Koellreutter educador - o humano como objetivo da educação musical" e "Música na educação infantil - propostas para a formação integral da criança". Foi relatora do Documento de Música integrante do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, publicado pelo MEC, em 1998. 

Considero Teca uma das mais influentes educadoras musicais brasileiras dos dias de hoje. A autora busca, em primeiro lugar, compreender e respeitar a produção musical infantil, priorizando a exploração, os gestos, a criação e a improvisação. Segundo ela "um projeto de educação musical deve considerar a música como sistema dinâmico de interações e relações entre sons e silêncios no espaço-tempo, entendendo que o processo de musicalização caracteriza-se pela construção de vínculos com essa linguagem". Nas referências bibliográficas de suas publicações encontramos a citação de autores como Esther Beyer, John Cage, François Delalande, Hans-Joachim Koellreutter, Murray Schafer e Keith Swanwick.
 
 Atuando como educadora durante muitos anos, Teca considera-se uma pesquisadora. Através de seus livros e artigos podemos perceber que a autora busca, constantemente, analisar e refletir sobre o modo como as crianças aprendem e fazem música, e qual é o significado que este fazer musical tem em suas vidas.
Teca destaca que somos seres musicais, que a música é importante para nossa vida e por isso deve fazer parte do currículo das escolas. Nada mais simples!

"O fazer musical é um modo de resistência, de reinvenção (questões caras ao humano, mas ainda pouco valorizadas no espaço escolar) que, ao mesmo tempo, fortalece o estar juntos, o pertencimento a um grupo, a uma cultura. O viver (e conviver) na escola - espaço de trocas, de vivências e construção de saberes, de ampliação da consciência - deve, obviamente, abarcar todas as dimensões que nos constituem, incluindo a dimensão estética." 
(TECA, Ferramentas com Brinquedos - A Caixa de Música)

Através de brincadeiras, do jogo e da exploração de materiais sonoros, as crianças têm a oportunidade de aprender aspectos musicais ligados às propriedades do som, ao ritmo e a forma musical. Cada criança relaciona-se com o sonoro de sua maneira. Através da experimentação, a criança percebe, observa os diferentes materiais sonoros, quais são as possibilidades de produção de som resultantes desta exploração. Pesquisa os gestos, os movimentos, imita modelos e se encaminha para o aprendizado.

 Ao professor cabe conhecer seus alunos, entendendo como eles se relacionam com o som, o que pensam sobre música, evitando a padronização. Segundo Teca (em seu texto - Por uma educação musical do pensamento: educação musical menor):

"Propondo a adoção de um projeto curricular circular, móvel e flexível, H-J Koellreutter sugeria que os conceitos fossem trabalhados em contexto, atendendo às questões, dúvidas ou curiosidades dos alunos e alunas, durante a realização de atividades como jogos de improvisação, por exemplo. Desse modo, ele acreditava que seria possível criar planos de uma efetiva integração entre teoria e prática, entre fazer e refletir."

A educação musical deve priorizar a criação, a experimentação, a escuta criativa, crítica e transformadora, a diversidade da música de outros lugares e povos, as paisagens sonoras, o canto, a dança, o improviso e a produção de material sonoro.


Em seu livro "Música na Educação Infantil", Teca ressalta que o fazer musical ocorre "por meio de dois eixos - a criação e a reprodução - que garantem três possibilidades de ação: a interpretação, a improvisação e a composição".

 Segundo Teca (em seu texto - Cenas Musicais I - A Música do Sombra):

"Com as crianças, importa garantir a possibilidade de exercitarem sua relação com o mundo. Através dos sons podem expressar seu modo de perceber, sentir, pensar... Podem vivenciar questões significativas, importantes em sua vida, ... , já que a música é linguagem que torna sonora nossa própria Forma - quem somos, como percebemos, como sentimos.
Fazendo música somos mágicos, intuitivos, emocionais.
Somos racionais e intelectuais. Presentificamo-nos por inteiro, numa vivência simbólica profunda e integradora.
Com crianças, basta conhecê-las e respeitá-las: respeitar sua percepção, sua cultura e as características próprias de cada fase de seu desenvolvimento, sua realidade, seu contexto social." 


Todos os textos citados acima são facilmente encontrados nas edições da revista da ABEM e através do site: http://www.atravez.org.br







sábado, 12 de janeiro de 2013

WALKYRIA PASSOS CLARO


Trabalho como professora de música para crianças da Educação Infantil há mais de 20 anos. Minha primeira referência neste trabalho foi a professora Walkyria Passos Claro. Em 1986 participei de um curso ministrado por ela, no MASP e tive a oportunidade de estagiar em sua escola nos anos de 1987 e 1988. 
Tenho certeza que, desde o dia em que a conheci e conheci suas propostas de ensino de música para crianças e bebês, escolhi minha profissão e me tornei uma pessoa apaixonada pela Educação Musical. Guardei todas as anotações que fiz durante o curso e, na época, comprei boa parte dos livros que ela recomendou, autores como: Orff, Liddy Chiaffarelli Mignone, Carmem Mettig Rocha, Maria Aparecida Mahle, entre outros. Através da leitura e pesquisa me formei e passei a dar aulas.
Ano passado adquiri seu livro, recém publicado, "Música: A Alegria de Ensinar e Aprender". Nesta obra, Walkyria reuniu todas suas propostas e ideias sobre o ensino de música, de forma organizada, sugerindo exercícios e oferecendo instruções sobre como desenvolver as aulas com os grupos de crianças.



Walkyria Passos Claro é pianista e educadora. Foi pioneira no ensino de música para bebês no Brasil. Em 2011, aos 88 anos de idade, lançou seu livro "Música: a Alegria de Ensinar e Aprender", que é resultado de sua experiência metodológica de ensino de piano e musicalização infantil. Walkyria nasceu em 1923. Formada pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, foi assistente de Magdalena Tagliaferro e de Robert Pace. Lecionou música em vários colégios de São Paulo, foi professora de Iniciação Musical na Faculdade Santa Marcelina e, em 1971 fundou a escola Escala Atividade Musicais, onde atua até os dias de hoje.
 A Iniciação Musical é uma proposta de fazer com que a criança brinque com a música através do trabalho com o corpo e com os sentidos. Walkyria (2010) afirma:

"Este trabalho será através dos sentidos: visual, auditivo e cinestésico, sem decoração de conceitos, através da vivência dos fatos musicais e do modo como a criança gosta, brincando e usando o corpo. Tudo o que a criança faz com o corpo, ela aprende melhor e grava para o resto da vida." 



O site da escola da Walkyria é: http://www.escalatividades.com.br/index.html . Visitem!





  

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

QUANDO OS AUTORES SÃO AS PRÓPRIAS CRIANÇAS

        
         Nas aulas de música com as crianças do Grupo III, da Escolinha do Faz-de-Conta, nós sempre cantamos. Cantamos músicas folclóricas, músicas infantis, músicas que eles sugerem ou que estão relacionadas com algum projeto que estamos desenvolvendo. 
          No mês de agosto, mês do folclore, aprendemos a música " O Meu Chapéu":
 "  O meu chapéu tem três pontas
Tem três pontas o meu chapéu
Se não tivesse três pontas
Não seria o meu chapéu"
.
            Fizemos uma roda e a brincadeira era: quem quisesse ia ao centro  e improvisava uma letra diferente para a música. Alguns tinham um cachorrinho preto, outros uma roupa do Homem Aranha, outros, ainda, uma tiara cor de rosa. Por exemplo:

O meu cachorro é preto
Pretinho é meu cachorro
Se não fosse pretinho
Não seria o meu cachorro

                 Todos ficaram empolgados e participaram. até que um dos meninos cantou: "O meu vulcão explode...". Começou a discussão! Vulcão explode ou entra em erupção? 
                      Lembrei-me de uma animação do vídeo "Fantasia 2000" do Walt Disney, baseada no balé "O Pássaro de Fogo" de Igor Stravinsky e levei-o para assistirmos juntos. Todos ficaram encantados!
          O próximo passo foi criar uma música intitulada "O Vulcão". O Felipe começou a cantar e os outros foram ajudando, aumentando, e eu fui anotando as ideias, tocando no teclado as frases, até que a melodia adquiriu a forma que contentou a todos. 
          A partir da música composta pelos alunos, criamos atividades de expressão corporal e sonorização com instrumentos de percussão. Gravamos a música e fizemos um CD para que todos pudessem ouvi-la.  Segue a partitura:


                     Vale a pena ler o artigo da educadora Teca Alencar de Brito sobre o trabalho de criação musical com crianças. Confira!
http://www.atravez.org.br/ceem_1/sombra.htm

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

JOSETTE FERES

                Conheci Josette Feres em 1994, quando estive em Jundiaí, em sua escola, participando de um curso de iniciação musical para professores. Admiro seu trabalho. Seus livros, apostilas e anotações do curso que realizei são fonte constante de pesquisa, me ajudando no trabalho de música junto às crianças da Educação Infantil.
      Josette é educadora musical, formada pelo Conservatório Nacional de Canto Orfeônico do Rio de Janeiro. Foi aluna de Villa-Lobos, formou-se em piano pelo Conservatório Musical Carlos Gomes de Campinas e estudou com grandes educadores como Koellreutter, Ernst Mahle e Violeta Gainza.
               Dedica-se a Educação Musical desde 1954. Professora da rede oficial de ensino do estado de São Paulo, aposentou-se em 1983. Em 1971 fundou a Escola de Música de Jundiaí, onde leciona até os dias de hoje. É membro da International Society of Music Education.
             É autora dos livros - "Bebê - Música e Movimento" e da série "Iniciação Musical - Brincando, Criando e Aprendendo".


            Para Josette a musicalização tem como objetivo tornar as pessoas sensíveis para perceberem os fenômenos musicais e capazes de se expressar por meio da música. 
 A autora considera que a melhor época para a musicalização é a fase pré-escolar. Segundo ela, o gosto e o prazer de cantar, de fazer música devem ser cultivados desde cedo, pois na adolescência, os meninos e meninas têm um senso crítico elevado e ouvido preparado para música de consumo, o que torna muito difícil o trabalho do educador.
O curso de musicalização infantil tem como objetivo preparar a criança para o estudo de um instrumento musical. Assim, a criança é estimulada a expressar-se através da música, cantando, tocando, movimentando-se e criando. Trabalha-se também a coordenação viso-motora, noções de lateralidade e psicomotricidade. Outro aspecto importante, segundo Josette, é a formação do ouvinte consciente e sensível aos fenômenos musicais.
 "Necessária não só as pessoas que pretendem seguir uma carreira musical, mas, à própria vivência do ser humano, a musicalização deve ser dirigida, não aos privilegiados das escolas de música, mas a todas as crianças." (Josette, em seu livro "Iniciação Musical")
Visite a página de Escola de Música de Jundiaí em:  http://www.emj.art.br/EMJ/EMJ.html




Falando de Rosas

Estava procurando uma cantiga para as crianças dançarem na festa junina da escolinha. Esta música é uma graça e neste arranjo ficou melhor ainda. Apreciem!